quarta-feira, 28 de abril de 2010

Sempre Diferente

Visto-me para ocasiões, para personagens. Há mulheres em meu armário, penduradas em meus cabides, uma mulher dife­rente para cada terno, cada vestido, cada par de sapatos. Acumulo roupas. Minha maquiagem transborda das gavetas do banheiro, e há mulheres diferentes para batons diferentes.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Não sou pra todos

Não sou pra todos. Gosto muito do meu mundinho, ele é cheio de surpresas, palavras soltas e cores misturadas. Às vezes tem um céu azul, outras tempestade. Lá dentro cabem sonhos de todos os tamanhos, mas não cabe muita gente, todas as pessoas que estão dentro dele não estão por acaso: são necessárias.

Caio Fernando Abreu


segunda-feira, 5 de abril de 2010

O testamento

Uma carta de Maria Antonieta à uma irmã, escrita na Conciergerie, é considerada seu testamento, nela, A Rainha diz:

"Eu fui educada na religião católica, apostólica e romana, naquela de meus pais, e nela eu cresci e sempre professei; não tendo (agora) nenhuma consolação espiritual a esperar, não sabendo se existem aqui (na França) ainda padres desta religião, e mesmo (se existisse ainda padres) o lugar (a prisão) onde eu estou os exporia muito a riscos, se eles me falassem, ainda que fosse só uma vez; Eu peço sinceramente perdão a Deus por todas as faltas que eu cometi desde que nasci. Eu peço perdão a todos aqueles que conheço, e a Vós, minha irmã, em particular, de todos os sofrimentos que, sem o querer, poderia lhe ter causado; Eu perdôo a todos os meus inimigos pelo mal que me têm feito. Adeus! Minha boa e terna irmã. Possa esta carta chegar até Você. Pense sempre em mim. Eu te abraço de todo meu coração, assim como minhas pobres e queridas crianças, Meu Deus! Quanto me corta o coração deixá-los para sempre!"
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Marie Antoinette da Áustria (rainha consorte da França)
Difícil ler e não se emocionar.