domingo, 22 de junho de 2008

Eu Não Sei Fazer Amor


Ailin Aleixo
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O que, raios, é fazer amor? Sempre achei essa expressão coisa de menina virgem do interior ansiosa por uma fusão romântica-orgásmica-amorosa-eterna. E, inevitavelmente, a pobrezinha passaria o resto da vida amuada, copulando com um cara muito mais interessado no campeonato mineiro de futebol do que em fazê-la gozar. Ou feliz. Nunca acreditei nessa história de demonstrar todo o sentimento que vai por dentro atráves da união mágica dos corpos. Acho uma pentelhação sem fim filmes românticos em que o casal enamorado transa à luz trepidante de velas, inebriado pela brisa, sussurra palavras de devoção eterna ao pé do ouvido e, ao final, repousa nos braços um do outro sem uma gota de suor e com todos os pêlos no lugar.
Pelaamordedeus! Sexo é incrivel porque é irracional, animal. Porque, naquele momento, você se esquece. Perde-se. Une-se ao outro e, somados, viram energia, gozo, loucura temporária. É incrivel porque é insano, vem das entranhas. E, havendo tesão ( e quase sempre um pouco de álcool), pode ser muito bom mesmo sem maiores aprofundamento emocionais. Só sei que amor não se faz. Amor se sente. Amor se dá, se doa.
A materialização dele pode ser carinho, pode ser cafuné. Pode ser sexo. Mas, apesar de ser uma ferramenta poderosa, ninguem passa a amar, ou o amor, através do sexo. Hoje eu sei que existe uma diferença colossal entre trepar e transar com quem se ama - o primeiro é uma atividade aeróbica. O segundo, uma harmoniosa fusão do corpo com o coração. É ter prazer em provocar prazer. É importar-se com as pequenas reações do outro, é catalogar mentalmente tudo que causa arrepio, gemidos. É ficar feliz em sentir a pele, em encaixar as curvas, em respirar perto do pescoço. Para mim, fazer amor é muito mais que um jeitinho meigo e politicamente correto de se referir ao sexo. Para mim, fazer amor é estar com quem se deseja profundamente do jeito que gosta, sem moralismos, com risos. Depois, ficar na cama conversando. Ou dormindo. Ao acordar, ir a geladeira trazer água. É pegar duas toalhas de banho no armário. Perguntar aonde vamos comer depois. Dar um abraço a caminho do elevador. É entregar-se a viver o dia-o dia.
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Sendo assim, quero mais é fazer amor por toda a minha vida.

5 comentários:

o¤° SORRISO °¤o disse...

Oi Krika. Fazer amor é se importar com o prazer do outro. É poder criar uma intimidade sem moralismos. Fazer amor vai além do sexo, da cama (ou seja qual for o local).
Belíssimo texto.

Boa semana para você.

Beijos mil! :-)

O Profeta disse...

Então...façamos ..amor...tal como o descres-te...


Doce beijo

pimentinhabm disse...

pra mim fazer amor eh viver amor, independete da forma!

Яoьεяτα disse...

Sexo por amor é perfeito. Apesar de eu não ter nada contra o sexo pelo sexo mesmo.


Beijãozão

Salve Jorge disse...

Há quem diga
Faça amor
Não faça guerra
Mas aí a coisa emperra
Porque o que é a paz
Se não uma prolongação da luta
Então o calor
Que pede suor
É o que dá a liga
O frio na barriga
E algo mais
Virando permuta
Daquelas que ninguém refuta
Por ser maior
Podendo ser cada vez melhor
A cada contato
A cada lapidar do tato
Ou com um simples sopro pós-ato
No rosto suado
Enquanto ali se jaz
Abraçados
Não impecáveis
Mas pecaminosamente enlaçados...